E hoje, que saí do Porto e regressei...sorri nesse voltar... e se procuro letras marcantes...esta é sem dúvida uma delas...a que fala do meu Porto. O Porto que trago no coração e na alma. E assim sorrio sempre, ao reencontrar este Porto de abrigo...
Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa
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