Tenho
muito de peregrina em mim. Todos os dias. Peregrino durante as 24 horas
do dia, no caminho, na minha relação com os outros, dentro de mim. A
peregrinação chama por mim, sempre. Às vezes ponho demasiado peso em
cima de mim, erro fatal para quem quer fazer o caminho. Às vezes
assusto-me quando fico mais sozinha no caminho. Julgamento errado. Nunca
estamos sozinhos, tendo um Universo tão lindo dentro de nós.
É preciso desapegar todos os dias do que nos prende, dos medos e até
dos amores. Pode doer, pode parecer que estamos a arrancar carne e
sangue de nós, mas o desapego é essencial para quem quer continuar a
peregrinar.
E há locais onde sentimos que estamos em casa. Onde
encontramos as nossas raízes mais profundas. As nossas outras vidas.
Onde pedimos perdão por tudo e somos gratos pelo amor incondicional que
nos abriga. Onde chorar e rir são uma dicotomia que se completa. E onde a
intuição nos leva mais longe. Muito mais longe. Obrigada aos meus
companheiros de peregrinação. Sem eles, não teria percebido metade dos
sinais do caminho destes últimos dias. Assim se faz o caminho. Em
partilha. Obrigada Finisterra e Muxia por nos termos reencontrado.
Carolina
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