domingo, 17 de agosto de 2014

Ser peregrina

Tenho muito de peregrina em mim. Todos os dias. Peregrino durante as 24 horas do dia, no caminho, na minha relação com os outros, dentro de mim. A peregrinação chama por mim, sempre. Às vezes ponho demasiado peso em cima de mim, erro fatal para quem quer fazer o caminho. Às vezes assusto-me quando fico mais sozinha no caminho. Julgamento errado. Nunca estamos sozinhos, tendo um Universo tão lindo dentro de nós.
É preciso desapegar todos os dias do que nos prende, dos medos e até dos amores. Pode doer, pode parecer que estamos a arrancar carne e sangue de nós, mas o desapego é essencial para quem quer continuar a peregrinar.
E há locais onde sentimos que estamos em casa. Onde encontramos as nossas raízes mais profundas. As nossas outras vidas. Onde pedimos perdão por tudo e somos gratos pelo amor incondicional que nos abriga. Onde chorar e rir são uma dicotomia que se completa. E onde a intuição nos leva mais longe. Muito mais longe. Obrigada aos meus companheiros de peregrinação. Sem eles, não teria percebido metade dos sinais do caminho destes últimos dias. Assim se faz o caminho. Em partilha. Obrigada Finisterra e Muxia por nos termos reencontrado. Carolina

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