Enrosco-me na minha manta e atravesso o frio desta noite gelada... encosto-me à minha varanda, debruçada sobre o meu Universo e sorrio às estrelas...uma música chega-me aos ouvidos..."nunca é tarde para alcançar as estrelas"... e penso...quererei as estrelas? lá no alto...a milhões de anos-luz? ou a Lua...com o seu lado lunar, frio e escuro... se calhar prefiro o Sol...mas esta estrela-maior acaba por abafar com as suas tempestades solares quem o tenta abraçar...
Então porquê desejar corpos celestes vagueando num vazio infinito...
Quero tocar o que vive cá em baixo, neste planeta azul cheio de caminhos encruzilhados...encontrar refúgio à beira-rio, fazer desenhos na água que escorre das montanhas que rompem os céus... sentir a areia entre os dedos e ouvir as ondas a bater nas rochas intemporais...correr por entre planícies e abraçar o vento...quero sentir as quatro estações...sentir a chuva nas mãos e lavar a cara com gotas de orvalho...
Não quero abraçar o infinito, entrar em buracos negros, tocar a antimatéria mas sim sentir o cheiro da Vida que se escapa por entre os prados verdes e sorrir enquanto a Terra vai percorrendo a sua órbita alimentando a velocidade dos meus sonhos...
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