Milongas II

Sou paixão, acordes e contratempos. Nas ruas onde entoam as milongas sou Mulher em rosa-flor, agarrando a vida pelos colarinhos de um tango... 
Mikashi/ Carol.

Aladino

Hoje vou dormir mais cedo. Levo-te comigo, Aladino das dunas de areias movediças e conto as estrelas que desenharemos juntos em céus universais, entre o vapor de um chá de especiarias e os sons fortes que ecoam num sorriso feito oásis...
Mikashi/Carol

Cama de gato

Teci os meu sonhos em cama de gato e nas voltas e reviravoltas dos fios cruzados, nós desfeitos e outros emaranhados, encontrei um padrão de sorrisos nas entrelinhas :) Mikashi/Carol

Dia da Mulher

Hoje foi um dia daqueles bons...Foi o dia da Mulher e passei-o com uma das mulheres mais importantes da minha Vida - a minha Mãe - e foi muito bom vê-la sorrir :)
E para terminar o dia ainda estive com outra mulher muito especial, uma das minhas primas, que é um dos pilares da minha VIDA :) - e assim este dia da Mulher teve um significado muito especial...até porque sinto a cada dia, a MULHER que sou e me estou a tornar. Com raízes nos pés, flores no sorriso, e ventre de seiva viva... :) Mikashi/Carol

Mini-Conto II

(Barcelona)

Consuelo subiu aquela rua íngreme, com os sacos das compras, a caminho da residência, que geria juntamente com o namorado. Parou a meio da rua, cansada e a ganhar coragem para subir o que ainda faltava. O dia tinha começado mal. Tinha tido uma pequena discussão com três rapazes que tinham alugado um quarto na residência e que tinham ido embora naquele dia. Mas o incómodo que sentia não era pelos rapazes mas sim pela maneira como lhes tinha respondido.
Consuelo não era assim.Sempre tinha sido uma rapariga alegre, vivaça mas doce e muito meiga. Tinha saído de casa há dois anos, para estudar, viver com o namorado e construir uma vida. Desses três objectivos ainda só tinha conseguido começar o primeiro, e mal, pelas faltas constantes que tinha de dar porque o namorado não a ajudava com a residência. Ainda hoje lhe tinha corrido muito mal o exame para o qual só tinha estudado uma noite.
Dos outros objectivos, só havia ainda o sonho. Ela não vivia com o namorado, sobrevivia nos abraços condescendentes que ele se limitava a dar, nos beijos cheios de vazio e na cama muitas vezes fria.
Quanto à vida...não via construção nenhuma...Apenas um conjunto de peças que não encaixavam.
Consuelo subiu a custo até meter a chave na porta. Pousou os sacos no chão e tornou a sair, fechando a porta atrás de si.
Desceu a rua a correr, com a sensação que estava a sufocar. Respirou o ar frio daqueles dias de fim de Inverno e pensou:
"Hoje é dia de acordar a Mulher que mora dentro de mim. Não vou deixá-la dormir nem mais um segundo." E avançou sem olhar para trás. Sem pensar nos gelados que ficaram fora do congelador, na carne para a bolonhesa, nas maçãs que rolaram dos sacos para o chão, sem pensar na cama por fazer que ainda esperava por um amor que nunca viria. Despiu a pele de menina triste e caminhou em passos de Mulher, sem saber o que a esperava. Na esquina do quarteirão seguinte, esbarrou com três sombras. Eles pediram desculpa e continuaram o caminho. Um deles no entanto olhou para trás e sorriu-lhe. E Consuelo reconheceu o grupo da manhã e sorriu também. Tinha acabado de se perdoar a si própria.
Mikashi/Carol

(inspirado em alguns factos reais e alguma imaginação de um grupo de amigos - especialmente do António Costa)

Druidas & Irmãos de Alma

Como é bom ver que é possível descontruir posturas adquiridas ao longo da vida, por questões de sobrevivência e tornar a renascer em novas atitudes e formas de estar, de me mexer, de agir, de pensar, de me ver! Como é bom ver-me dobrar até ao meu centro e explodir em emoções que são mais fortes que apenas ter uma presença física ao nosso lado, apenas por ter, apenas porque sim. Há emoções, vivências, sintonias que transcendem o corpo e transformam o presente em Vida e o abraço em conexão pura e visceral, em tribo de druidas do espírito, irmãos de alma. Mikashi/Carol

Reflexão sobre o Dia

E o dia está a fechar a sua loja...Já lavou a louça onde foi oferecida uma refeição de carinho a quem o visitou e já limpou as mesas de quem se sentou com ele e lhe trouxe alguns momentos daquela conversa boa, que é feita olhos nos olhos. Já fez as contas do deve-haver e o saldo é francamente positivo. Ninguém deve nada a ninguém e todos ganharam algo. O dia olha para as prateleiras já meio vazias das emoções que fluíram de forma livre e gratuita e sorri. - Amanhã vou tentar entregar mais cedo e a mais pessoas mais e melhores emoções- pensa este dia já cansado do adiantado da hora. Tem de se apressar. Faltam poucos minutos para a noite vir rendê-lo no seu posto e ela não gosta que invadam o seu espaço. Varre de novo o chão das poeiras que acabam por entrar com o vento das dúvidas. Pousa a vassoura. Respira fundo. Já está. Sorri. Fecha a luz, empurra a porta e vai para casa, dormir. Amanhã há que acordar cedo. Novas horas esperam por ele. E há que estar bem descansado. Afinal há muitas pessoas lindas para atender. Boa noite. Mikashi/Carol