terça-feira, 18 de junho de 2013

Santiago em União

Voltei ontem do que foi a minha primeira peregrinação, tendo como destino Santiago de Compostela. Parti como peregrina, não para cumprir uma promessa mas para descobrir o que é ser um peregrino nos caminhos cruzados desta vida. E para me desafiar a mim própria.

Houve pessoas que acharam que eu estava maluca, outras que recearam por mim, outras que me assustaram com os seus medos, mas apesar de saber que residia muito carinho nesse medo por mim, tive de me alhear de tudo isso e concentrar-me apenas nos planos que tínhamos feito que garantiam que a jornada ia ser segura e acima de tudo na minha vontade.

O que encontrei?

Um caminho que representa a Vida. Com altos e baixos, subidas e descidas íngremes pelos montes, bosques frondosos, riachos e ribeiros, vielas e auto-estradas. Passagens estreitas, travessias largas. Sol intenso e chuva refrescante. Cascatas de água fria e águas termais. A Natureza no seu esplendor. Aprendi sobre fauna, flora e muito sobre agricultura. Conheci e passaram por mim, outros peregrinos fantásticos e senti o que é ser uma cidadã do Mundo, do Universo.

Aprendi muito mais sobre mim mesma. E voltei com certezas que jamais quero voltar a perder.

Ri muito e no último dia choraminguei. Não de tristeza mas sim porque estava ali. Na meta. Curioso, senti sempre que o mais importante nem era tanto essa meta mas tudo o que fui vivendo ao longo desse caminho. Mas estar ali, no final do destino, depois de 118 km, fez-me crescer um metro dentro de mim.

Há muitos pormenores do caminho que não se consegue explicar por palavras. E se calhar prefiro mesmo guardar esses sentimentos dentro de mim. Na revolução que provocou no meu ser Mulher, no meu ser Humana, no meu ser União. Talvez só quem faz o caminho perceba o quanto se caminha dentro de nós...

Para os meus mosqueteiros:

António: sem ti nada disto seria possível. Foste o mentor desta ideia, quem me levou sem hesitar para esta aventura. E vi o teu olhar de orgulho no final, muito por mim. Jamais esquecerei os nossos abraços reconfortantes e aquele abraço no dia da chegada. Mano querido, feliz o dia que os nossos caminhos se cruzaram.

Nelson: Adorei a comunicação logísitica que fomos estabelecendo e jamais vou esquecer o 42... e o 8... localização? :) Meu mano de olhos azuis lindos, és aquela presença terna que nos embala no abraço da amizade e que nos faz acreditar que há pessoas maravilhosas nesta vida, como tu!

André: a ti já disse tanto. És o meu protector e um irmão de coraçãoe e alma. És o meu mano que sempre pedi aos céus e que encontrei em ti. O teu sorriso e a tua força foram muitas vezes o reforço de energia necessário para avançar mais uns metros. A tua confiança em mim ultrapassou sempre tudo.

Miguel: foste o companheiro de jornada sempre presente em qualquer altura, pronto a salvar-me das mais variadas situações. A tua alegria tornou sempre o caminho mais suave.

E agora?

O caminho não acaba aqui. Isto foi só o começo...

Carolina





1 comentário:

  1. "Inveja" gostava tb de fazer a minha filha fez e o que ela me disse foi semelhante a vitória da chegada é sempre comovente a a experiencia do caminho impossivel de descrever e algumas coisas só mesmo para sentir. Fico muito feliz por ti.GRANDE MULHER

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